ESG Research: Braskem e Banco Votorantim
Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de
CSN Mineração e
Grupo SBF. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe:
esgresearch@nintgroup.com
A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.
A CSN Mineração S.A. atua no setor de mineração de minério de ferro no Brasil. A empresa opera as minas Casa de Pedra e Engenho e opera uma usina hidrelétrica. A empresa foi fundada em 1913 e tem sede em São Paulo, Brasil. Ressalta-se que a CSN Mineração S.A. opera como uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional.
A empresa implementou tecnologia de drenagem de água nas pilhas de sínter feed na mina de Casa de Pedra. Desde 2021, a empresa realiza medições detalhadas de sua pegada hídrica, considerando eficiência do recurso e riscos hídricos. As práticas de segurança envolvem inspeções regulares, voos de drones, auditorias externas, monitoramento em tempo real e análise avançada de dados para garantir a segurança das barragens.
Além disso, a companhia investe em P&D para aproveitar rejeitos de mineração na produção de novos materiais e co-produtos, impulsionando a economia circular. Duas tecnologias estão em teste: a primeira, liderada pela CSN Inova, extrai mais ferro dos rejeitos para uso no processo siderúrgico. A segunda, conduzida pelo time da CSN Mineração e CSN Cimentos, visa a produção de materiais para a indústria cimentícia, como a pozolana. As Plantas de Concentradores Magnéticos (CMAI) aumentam a recuperação do minério de ferro processado em aproximadamente 700 mil toneladas por ano.
A empresa também conta com 1.061 hectares de Áreas de Proteção Permanente, 2.610 hectares de Reserva Legal, 5.237 hectares de áreas com vegetação nativa e 556 hectares de áreas em recuperação, totalizando 9.465 hectares de áreas protegidas. Entre 2019 e 2022, concentrou esforços no subprograma de Taxonomia e conservação de espécies anfíbias do gênero Bokermannohyla. Em 2022, iniciou o processo de adequação da gestão da biodiversidade ao Padrão de Desempenho 6 do International Financial Council (IFC). O monitoramento da flora abrange o acompanhamento fenológico de espécies nativas.
Adicionalmente, a CSN Mineração estabeleceu metas sociais, como dobrar a representatividade feminina até 2025 (aumento de 67% desde 2019) e criar 10 mil cargos de liderança para pessoas negras até 2030 (crescimento de 2% desde 2021). A inclusão de pessoas com deficiência nas operações aumentou 9,6% em 2022.
Na contratação de seus fornecedores, a empresa exige a concordância com seu Código de Conduta e a Política Anticorrupção. Eles também devem apresentar certificados ISO 9.001:2015 e ISO 14.001:2015, responder a questionários de autoavaliação e fornecer licenças ambientais, quando aplicável. No ano, 169 fornecedores de alta criticidade foram avaliados em critérios ambientais e sociais, com 100% sendo avaliados em critérios sociais, garantindo a prevenção de riscos significativos de violação dos direitos fundamentais do trabalho. A Companhia mantém um Núcleo de Gestão de Terceiros (NGT) para monitorar o cumprimento das obrigações trabalhistas por parte dos fornecedores, incluindo recolhimento de impostos, pagamento de funcionários e observância de acordos coletivos e previdenciários.
Com relação à governança corporativa, a remuneração por desempenho dos diretores está alinhada ao desempenho, sustentabilidade e à estratégia de crescimento do negócio da companhia em cada exercício social, gerando incentivos e alinhando interesses com os interesses dos acionistas da companhia. No Conselho de Administração, 29% dos membros são independentes e 29% mulheres estão compondo o Conselho. Desse modo, a companhia está acima dos 20% previstos no regulamento do Novo Mercado da B3. Apesar disso, não há presença feminina na Diretoria Executiva da companhia, o que demonstra sua falta de diversidade de gênero em cargos executivos.
O Grupo SBF começou a atuar em 1981 e é uma das empresas mais antigas do país no segmento de varejo de artigos esportivos. Suas atividades incluem revenda de artigos esportivos, serviço de logística, além de possuírem quatro marcas próprias: Oxer, Adams, Nord Outdoor e X7. Possui mais de 200 lojas próprias espalhadas por 104 cidades em 25 estados brasileiros, além de 3 centros de distribuição e 2 centros de transferência. Além disso, é desde 2021 o responsável exclusivo pela distribuição de produtos da Nike no país.
Em termos ambientais, a empresa registrou um crescimento significativo no consumo de energia proveniente de fontes renováveis nos últimos anos. Em 2020, essa parcela representava apenas 12%, mas até 2022, ela saltou para 73%. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela aquisição de energia solar de unidades geradoras que contribuem para a rede de distribuição das concessionárias locais. Além disso, conta com certificação “REC Brazil” (que garante que a energia gerada é proveniente de fontes renováveis com alto desempenho em termos de sustentabilidade) para 100% de toda eletricidade consumida em suas operações. O grupo também é notável por sua significativa taxa de reciclagem, que atualmente atinge 51%. No entanto, é importante mencionar que essa porcentagem já foi ainda mais alta, chegando a 70% no ano de 2020. A conscientização ambiental e o compromisso com práticas sustentáveis são essenciais para manter e aumentar esses índices. Monitora também as suas emissões de gases de efeito estufa, tendo apresentado um aumento significativo de quase 200% em suas emissões de escopo 1 nos últimos anos. As emissões totais saíram de 2.006 tCO2eq para 6.005 tCO2eq em decorrência do crescimento das operações do grupo no período.
A empresa divulgou pela primeira vez o número de acidentes registrados em suas operações, quando foram contabilizados 85 no ano de 2022 (incluindo acidentes de trajeto, sem consequências graves) e nenhuma fatalidade. Em relação à diversidade, o Grupo SBF apresenta 52% de mulheres em seu corpo de colaboradores, percentual que segue lateralizado desde 2021, quando esse total era de 51%. Não são divulgados outros indicadores de diversidade do grupo, que esteve envolvido em dois episódios de racismo com clientes em suas lojas nos últimos anos, sendo um em 2021 e um mais recente, em 2023. Ainda em relação ao tema de clientes, a Centauro (empresa do grupo) foi multada pelo Procon em 2019 em R$ 677.653,33 por divergências entre os preços anunciados e cobrados nas promoções de Black Friday. A marca também foi autuada no âmbito da LGPD por um vazamento de dados registrado no ano de 2022.
O grupo apresenta um conselho com baixa diversidade, apenas 14% de mulheres, abaixo dos 20% previstos como boa prática pelo regulamento do
Novo Mercado da B3. Apesar disso, o estatuto prevê que ao menos 20% do conselho seja formado por membros independentes, e atualmente essa porcentagem é de 29%. A remuneração dos executivos, por sua vez, não está atrelada ao desempenho ESG da companhia.
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