De acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o Acordo de Paris, a priorização de infraestruturas mais eficientes e resilientes emerge como uma necessidade prioritária. No Brasil, as rodovias desempenham papel essencial na conectividade e no desenvolvimento econômico, apesar dos desafios significativos relacionados às emissões de gases de efeito estufa, desmatamento e vulnerabilidades climáticas.
Na última quinta-feira (4), a iniciativa Investidores pelo Clima lançou a Taxonomia de Transição para Rodovias, um documento destinado a estabelecer critérios voluntários e claros para a avaliação e classificação de projetos rodoviários. O objetivo é priorizar soluções mais eficientes que contribuam para as metas da agenda climática.
"Trazemos incentivos para que os projetos, em todas as suas fases, considerem a nova realidade climática e seus desafios, buscando que o desenvolvimento de projetos de infraestrutura nos conduza a um futuro mais justo e inclusivo, onde as pessoas possam desfrutar de todos os benefícios da nossa sociedade, tanto nas cidades quanto fora delas", destacou Tatiana Assali, sócia da ERM, no webinar promovido pelo IPC para o lançamento da taxonomia.
Caso não tenha participado do webinar, você pode assistir na íntegra clicando aqui.
É fundamental reconhecer a relevância das rodovias brasileiras como meio de transporte, especialmente diante dos consideráveis riscos climáticos, como os observados recentemente não só no Brasil, mas em todo o mundo, com impactos consideráveis em infraestruturas, com bloqueios nos trajetos, quedas de pontes, entre outros, demonstrando a vulnerabilidade da infraestrutura frente a eventos climáticos extremos. Portanto, é essencial planejar e analisar a infraestrutura rodoviária com foco na resiliência climática, desde a concepção até a gestão e operacionalização dos projetos.
"Recentemente, uma portaria do Ministério dos Transportes estabeleceu diretrizes para aumentar a resiliência da infraestrutura rodoviária em contratos de concessão, exigindo que pelo menos 1% da receita bruta seja alocada para infraestrutura resiliente. Esse movimento regulatório complementa o lançamento da nossa taxonomia, alinhando-se ao compromisso do setor com a sustentabilidade e a redução dos impactos ambientais e climáticos. Estamos satisfeitos em ver esse alinhamento e engajamento do setor e esperamos continuar avançando nessa direção", destacou Marina Briant, gerente de Finanças Sustentáveis na ERM.
Além de estabelecer diretrizes para a avaliação de impactos ambientais e climáticos, o documento busca motivar investidores e agentes financeiros a apoiarem projetos com práticas menos intensivas em carbono. Isso inclui desde o planejamento até a operacionalização das rodovias, promovendo não apenas a redução de emissões, mas também a adaptação às mudanças climáticas.
Sobre a Taxonomia
A Taxonomia de Transição para Rodovias não apenas estabelece critérios claros para a avaliação de projetos, mas também visa catalisar uma mudança positiva no setor, incentivando práticas mais sustentáveis alinhadas aos compromissos globais de mitigação e adaptação climática.
O IPC é uma iniciativa liderada pela ERM com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), composta por um grupo plural de investidores profissionais brasileiros comprometidos com a transparência e a responsabilidade ambiental. Desde o seu início em outubro de 2019, o programa tem trabalhado para fomentar práticas e investimentos alinhados com metas climáticas.
Em 2023, o IPC realizou uma consulta pública para a Taxonomia de Transição para Rodovias, resultado desse esforço para definir critérios e diretrizes que identifiquem projetos e atividades no setor rodoviário como social e ambientalmente sustentáveis. Ao disponibilizar o documento para consulta pública, a iniciativa buscou a participação e contribuição de especialistas, empresas, investidores e demais partes interessadas.
"Durante todo o processo de desenvolvimento deste documento e da consulta pública, todos vocês compartilharam informações e percepções. Este é um momento muito interessante para nós, não apenas pela taxonomia que estamos desenvolvendo, mas também por outros projetos relacionados às rodovias. Estamos juntos pensando em como fazer essa transição para uma economia mais resiliente, justa e de baixo carbono.", finalizou Tatiana Assali.
Para mais informações, acesse o documento clicando aqui.
Conheça a iniciativa: https://www.investidorespeloclima.com.br