Vale, SLC Agrícola e Raízen são destaque nesta edição do Alerta ESG
Nossa equipe de analistas seleciona, semanalmente, os principais fatos ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança coorporativa) que podem afetar as +200 empresas brasileiras listadas em nossa cobertura. Estas são as notícias da última semana:
IMPACTO:
NEUTRO
Justiça restabelece licenças de mineração da Vale para retomada de atividades no Pará
As minas de cobre de Sossego e Onça Puma, operadas pela Vale Metais Básicos (Vale Base Metals-VBM), uma subsidiária da Vale, tiveram suas atividades interrompidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) do Pará. Segundo a SEMAS, a suspensão das licenças ambientais se deu por falhas nos relatórios anuais de informação ambiental e pela não implementação de medidas mitigadoras dos impactos da mineração. Isso gerou conflitos com as comunidades próximas às áreas impactadas.
No entanto, na mesma semana, a 1ª Vara Cível de Canaã dos Carajás e a Vara Cível de Ourilândia do Norte emitiram decisões favoráveis à Vale, resultando na reativação das licenças ambientais tanto para a mina de Sossego quanto para a de Onça Puma. A Vale, por sua vez, reforçou seu compromisso de dialogar com as autoridades e enfatizou a observância de restrições e supervisões socioambientais em suas operações, conforme a legislação vigente. 21/02/2024, Infomoney. 26/02/2024, Infomoney.
IMPACTO: POSITIVO
SLC Agrícola obtém certificação britânica de boas práticas em suas operações
A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de soja, milho e algodão no Brasil, obteve a certificação de duas de suas fazendas pelo programa Regenagri, que promove a agricultura regenerativa. Com isso, se tornou a companhia com a maior área certificada para o plantio de soja e algodão na América Latina por meio desse programa.
As fazendas localizadas em Planalto (MS) e Pamplona (GO) receberam a certificação, totalizando 35.943 hectares. A SLC Agrícola é a terceira empresa do segmento no país a conquistar esse reconhecimento, que destaca boas práticas como a saúde do solo, a preservação da biodiversidade, o uso sustentável da água, o sequestro de carbono dentre outras iniciativas. 22/02/2024, broadcast agro.
IMPACTO:
POSITIVO
Raízen emite green bonds para promover ações ESG e recomprar dívidas verdes
A Raízen está concluindo a sua estreia no mercado internacional de títulos verdes. O objetivo é angariar fundos para apoiar iniciativas ecológicas e recomprar obrigações que vencem em 2027. A quantidade de green bonds a serem emitidos ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que tenham um prazo de 10 a 30 anos.
Os fundos arrecadados serão usados para investir em diversos projetos sustentáveis, incluindo a produção de etanol, aquisição de cana de açúcar certificada Bonsucro (selo de sustentabilidade), e iniciativas relacionadas à usinas fotovoltaicas e produção de biometano a partir de resíduos. A empresa também planeja promover a eficiência energética e investir na cogeração energética a partir de biomassa.
Parte dos recursos será destinada à recompra de suas dívidas sustentáveis com prazo em 2027, e taxa anual de 5,3%. O processo de recompra, que foi lançado simultaneamente, termina no dia 08 de março. A emissão dos títulos está sendo coordenada por um grupo de bancos, incluindo Citi, Itaú BBA, JPMorgan e Morgan Stanley, Bank of America, BNP Paribas, Bradesco BBI e Santander. 26/02/2024, Capital Reset.
Iniciativa do governo para atrair investimento estrangeiro em projetos sustentáveis
O governo publicou o lançamento do programa Eco Invest Brasil, que tem o objetivo de atrair capital estrangeiro privado para projetos verdes no Brasil. Com um aporte de US$ 3 bilhões do BID e do Banco Mundial, serão criadas quatro linhas de financiamento. O programa visa remover obstáculos e aproveitar oportunidades para a transição para uma economia de baixo carbono. Entre os desafios enfrentados estão a baixa participação de capital privado em investimentos verdes e a volatilidade cambial.
Serão quatro linhas de financiamento, sendo elas: uma linha de blended finance, para projetos de bioeconomia, transição energética, economia circular e infraestrutura verde; outra emergencial de liquidez, para empreendimentos com receita futura previsível indexada à inflação; a terceira com foco no desenvolvimento de produtos de Hedge Cambial de longo prazo; e, por fim, a linha para aumentar o pipeline de projetos verdes financiados por bancos.
O Fundo Clima será o veículo para repasse dos recursos, sujeito aos critérios do fundo, com a Fazenda desenvolvendo uma taxonomia de ativos sustentáveis. O programa será criado por medida provisória, para utilizar da estrutura do Fundo Clima. A secretaria do Tesouro regulará as linhas de crédito e a prestação de contas. Além do BID e do Banco Mundial, o governo britânico participará, contribuindo com US$ 1 milhão para uma instituição que monitorará o programa de forma independente. 26/02/2024, Reset.
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