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 ESG Research: Vale e YDUQS

Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de Vale e YDUQS. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com

A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.

A Vale é uma das maiores companhias de mineração e metais do mundo com base na capitalização de mercado, sendo uma das maiores produtoras mundiais de minério de ferro e níquel. Produz também pelotas de minério de ferro e cobre, participa da exploração de novos depósitos minerais em seis países, opera grandes sistemas logísticos no Brasil e em outras regiões do mundo, e ainda detém investimentos em negócios de energia por meio de coligadas e joint ventures. 


A companhia adere aos Princípios da Mineração do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) e ao Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Entretanto, possui histórico recorrente de graves acidentes socioambientais sob sua responsabilização, com impacto severo sobre ecossistemas, comunidades residentes e trabalhadores. Os rompimentos das barragens de rejeitos de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são considerados as duas maiores tragédias socioambientais do país. 


Até hoje a Vale arca com custos de reparações e penalizações decorrentes desses dois acidentes. Como exemplo, a companhia desembolsou mais de R$ 45 bilhões apenas em reparações entre 2019 e 2023 apenas pelo caso Brumadinho. De forma complementar, as penalizações incluíram desde multas diárias de R$ 100 mil aplicadas pelo Ibama por falhas no salvamento de animais afetados nos casos, até R$ 100 milhões em indenização para famílias de trabalhadores vítimas. 


Em ambos os episódios, a Vale foi acusada de fraude de declarações de condição de estabilidade e negligência, uma vez que procedeu com o funcionamento das barragens mesmo com critérios de segurança abaixo dos recomendados. Em junho de 2020, a companhia acordou um pagamento de US$ 25 milhões para encerrar tais acusações relacionadas à Mariana e, em abril de 2023, fechou acordo de US$ 56 milhões quanto a Brumadinho. 


De forma remediativa, a companhia vem investindo mais intensivamente na avaliação dos impactos sobre a biodiversidade nas áreas em que opera. Nesse sentido, a Vale também possui diversos braços que reúnem e impulsionam seus projetos e programas socioculturais e ambientais da empresa de cunho obrigatório e voluntário: Fundação Vale, Fundo Vale, Instituto Cultural Vale e Rede Voluntária Vale


Destaca-se também a parceria com o ICMBio para apoio à conservação de quase 800 mil hectares na Amazônia, além da realização de ações de proteção ecossistêmica, educação, desenvolvimento local e fortalecimento de negócios sustentáveis na região, com investimentos voluntários que somaram aproximadamente US$ 500 milhões entre 2019 e 2021. 


Em relação à mitigação e adaptação dos efeitos das mudanças climáticas, a companhia reconhece a importância da busca global pela descarbonização e está desenvolvendo soluções de baixo carbono. O plano de descarbonização da companhia inclui mais de 40 projetos. Seus produtos possuem certificados de baixo carbono, e mais de 86% da eletricidade usada na produção mundial provém de fontes limpas. Em 2022 no Brasil, a empresa alcançou quase 100% de renovabilidade (índice que mede a razão entre a quantidade energia renovável em relação à energia total). Desde 2020, a Vale investiu US$810 milhões em iniciativas para alcançar sua meta de redução de 33% de suas emissões de GEE de escopo 1 e 2 até o final da década. A empresa planeja investir entre 4 e 6 bilhões de dólares até 2030. 


Ainda, obteve uma classificação A na avaliação CDP Mudanças Climáticas pelo 3º ano consecutivo e classificação B no CDP Segurança Hídrica pelo 2º ano, superando a média do setor de mineração. 


Finalmente, quanto à governança corporativa, destaca-se a remuneração variável de curto e longo prazo da liderança atrelada a metas ESG da empresa, como a de redução de emissões. No curto prazo, 30% a 40% das metas coletivas são atreladas a indicadores não financeiros e a temas ESG. Apenas 35% são atreladas a metas financeiras. No longo prazo, o peso das métricas ESG subiu de 20%, em 2020, para 25%, em 2022. 


Por outro lado, observa-se baixa representatividade de mulheres na alta liderança, apesar dos compromissos com a equidade de gênero: apenas 15% e 22% de mulheres compõem o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, respectivamente.


A YDUQS é detentora das marcas de ensino superior Estácio, IBMEC, Damásio, Clio, Wyden, Sjt Med, Qconcursos e Hardwork, e é atualmente um dos maiores players do setor de educação superior no Brasil em número de alunos, conforme dados de 2020 do INEP. A companhia está em processo de crescimento no país por meio da expansão de suas marcas de ensino e através da aquisição de novas instituições. 


A empresa informa que 78% do seu total de energia consumida vem de fontes renováveis, e além disso, 4,97% desses são produzidas por uma usina fotovoltaica própria no estado do Rio de Janeiro, e o restante é adquirido de usinas geradoras de fontes renováveis no mercado livre de energia. 


A empresa tem como meta possuir 40% de mulheres na alta liderança; aumentar em 3 p.p o número de pessoas negras (pretas e pardas) em posições de docente; aumentar em 5 p.p o número de pessoas negras (pretas e pardas) em posições de liderança; entre outros. Em vista disso, de forma mensal, a empresa avalia suas taxas de contratação para garantir o alcance de seus objetivos de equidade e inclusão. 


A remuneração dos executivos está vinculada aos indicadores de desempenho ESG. Embora todos os membros do Conselho de Administração sejam independentes, somente 11% são mulheres, ressaltando a carência de diversidade de gênero no órgão. O mesmo ocorre no caso da Diretoria Executiva, que é composta majoritariamente por homens, sendo formada por 33% de mulheres. A discrepância contrasta com o expressivo percentual de representantes femininas dentro da empresa como um todo, que corresponde a 55,07%. 


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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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